Retalhos da lembrança

Preciso colocar as contas em ordem. Preciso ser mais organizado. Preciso estabelecer rotinas saudáveis. Preciso cuidar da minha saúde. Preciso trabalhar minha espiritualidade.

Ou não preciso nada.

A anarquia econômica é o cheiro das minhas irresponsabilidades. As viagens que paguei e as delícias que mimei geraram potencial de vida durante um certo período. As apostas que perdi e os métodos que criei foram passos largos e tropêgos para uma ascensão emocional.

O braço que quebrei e o tornozelo que lesionei em São Thomé das Letras fizeram eu fritar em um período contemplativo e de arrebatamento cultural.

As seitas com as quais me envolvi, as religiões que estudei e o símbolos que tatuei foram formas de expandir o meu ego e visitar escalas do submundo humano do inconsciente e ter ciência de filosofias que aumentaram minha capacidade de processamento de ideias.

Os jogos que meu time perdeu, os amores que se transmutaran em ódio, competição e a consequente indiferença geraram grandes questionamentos acerca dos meus apegos, da minha insatisfação inata e dos meus afoitos comportamentos.

Pois, o malefício foi meu benefício. E todo tempo do mundo não é o suficiente para eu falar por onde estive nas quedas e ascensões.

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