durmo abraçado
ao travesseiro
sem teu corpo
teu ódio
teu cheiro
antes que eu
me esqueça
onde coloquei
minhas chaves
minha honra
e minha
cabeça
deixo o ventilador
ditar a madrugada
sem pressa
do sol
me condenar
à prorrogação
deste infinito
nada
repartido ao meio
tanto faz
se é medo
prazer
ou
fevereiro
o sono é minha
grande virtude
onde me esquivo
das ondas
do teu nome
e da tua
plenitude