o poema começa a ser repetitivo
um após o outro como produção em larga escala
sufocado porque não se cala
perde o brilho, a razão e o deleite
sempre mal interpretado
quis dizer pinga mas entenderam leite
é insosso para quem lê e quem escreve
como comida de hospital psiquiátrico
como estabilizador de humor vencido
como mentir sintomas ao médico
o poema ataca minha gastrite como fast-food
tal qual falta olfato para os cocainômalos
é desperdício
ironia de suplício
como aglomerado de livros velhos e não lidos
uma garota de programa em crise de meia idade
a antítese da sagacidade
o poema agora é um casamento
que sonha
com a
infidelidade