escrevo com o torpor da sonolência
minhas farsas reunidas nos últimos momentos de alguma lucidez
amor como psicoativo não me serve mais
eu não sou aquilo que queria ser
eu não estou onde gostaria de estar
mas é a parte que cabe desse latifúndio
de tanto analisar eu me frustro com a humanidade
e nela estou contido com minhas miseráveis vontades e mesquinhas conquistas
a conta não fecha quando você se esconde da própria indecência
e a cobrança inconsciente é rasteira eivada de morbidez
aprendemos a perder quando ser vitorioso já não parece ser um grande negócio
as repartições estão cheias
assim como os botecos
e ninguém tem qualquer controle
sobre os caminhos da danação