musiquinha sem vergonha

eu poderia cantar um reggae
falando sobre amor e peripécias
mas tudo termina num blues
versando sobre secas acácias

eu poderia cantar um samba
sobre passar o verão apaixonado
mas tudo termina num jazz
em um solo desarmonizado

eu sei que posso até rimar
palavras como paralelepípedo
não quero fazê-lo em público
pois, acredite, eu sou tímido

cantei um rap sobre política
voto nele em rejeição ao outro
pois estamos todos ferrados
os últimos da casta: “nosotros”

a gente poder manter sem refrão
parece verossímil se deixa assim
deixa terminar como deveria
com a tela preta escrito FIM

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