escrevo pequenas fagulhas de devaneios e imprecisões
é até desonesto com quem quer me mapear
eu não vim aqui para te fazer sentido
o que eu escrevo não é o teu lar
intérpretes fundamentalistas tentam dar rosto ao homem retalhado
e toda conveniência para o desejo atiça o prazer
cobiçam da palavra o significado mais agradável
fomentam meu riso pois sentido não vai ter
minha poesia é só trepidação do meu ego
nem sei ao certo se veneno ou remédio
superstição é escrever em qualquer termo
e me entreter com as suturas deste tédio