ela
pegou a leda
torceu o que tinha
que ser torcido
do jeito
que todo
mochileiro
sabe
desenvolver
e ela disse:
faça-se
a luz!
e
a
luz
foi
feita
ela
engatou
imagens
incoerentes
de seu
inconsciente
ela viu
sentiu
e gozou
memórias de civilizações
extintas
canções distópicas
sem rimas
paixões semióticas
ardentes
possibilidades eufóricas
inconsequentes
e
de súbito
ela teve
medo
sentiu
frio
e
contemplou
o
vazio
ela
se
encolheu
sentindo
ser
peça
sem
quebra-cabeça
sangue
sem artéria
pulsante
ser humano
sem sonho
latente
ela
testemunhou
a mais
devastadora
tristeza
e
assim
como
decisão
equivocada
premeditada
como
escravidão
espiritual
obsessiva
como
aparição
de
fogo-fátuo
ela
procurou
o fio
mais fino
que corta
a vontade
do
mundo
pediu
perdão
a si
e
se
foi
*dedicado a “ela” que nunca mais voltou…